Cinema: Para Roma Com Amor

Eu fiquei pensando no caminho de volta para casa se me atreveria a escrever sobre o filme, e acabei chegando a conclusão de que: por quê não? Sou só uma leiga apreciadora de Woody Allen, que ficou encantada com a esmagadora maioria dos filmes do diretor que assistiu, mas isso não me impede de registrar minhas impressões de Para Roma Com Amor, que não fugiu à minha regra. Acho de uma sorte incrível poder assistir no cinema obras deste diretor que considero brilhante.

O texto a seguir contém spoilers leves: Seguindo o jeitinho Woody Allen de ser, lógico que o filme é recheado de cenas dos pontos turísticos da cidade e com aquela trilha sonora instrumental alegrinha de sempre. Para Roma Com Amor tem muiiitos personagens (muito bem interpretados pelo elenco selecionado) e conta quatro tramas com personagens que, diferente do que muitos podem imaginar, não se interligam no final. O melhor do filme, sem sombra de dúvidas, são as cenas com o personagem do Woody. Sempre o mesmo, reclamão, neurótico e cismado, que rende inúmeros quotes brilhantes e boas piadas.

Uma coisa interessante que achei é que se formos comparar o filme com Meia-Noite em Paris, seu antecessor, um ponto fortíssimo em comum nas duas tramas é a fantasia. As viagens ao passado do personagem de Owen Wilson dão lugar ao personagem de Jesse Einsenberg e sua "versão do futuro" em forma de consciência; e também a transloucada imprensa de Roma, numa crítica à efemeridade na qual existem assuntos tão banais ganhando cada vez mais importância na mídia.

O que fica de Para Roma Com Amor é que tudo passa, principalmente o que é bom. O seu emprego maravilhoso vai passar e uma hora você vai se aposentar, a paixão passa em algum momento, a fama passa,  o prazer acaba. Ficam as memórias, que ajudam as pessoas a sempre buscar mais e construir novas, num constante ciclo.

E que Woody venha para o Brasil ano que vem gravar seu próximo filme, e vê se traz Penelope Cruz, essa LYNDA!

Bjs!